Há 50 anos, Brasil conquistava o bi no Chile
A Seleção Brasileira conquistou a Copa do Mundo de 1962, no Chile, porque teve Garrincha em sua jornada mais inspirada, porque Amarildo substituiu o lesionado Pelé à altura, porque o time todo era ótimo, afinal. E porque Zito não parava de gritar.
Brasil e Tchecoslováquia empatavam em 1 a 1, no Estádio Nacional, em Santiago, há exatamente 50 anos. Masopust abrira e Amarildo empatara.
No início do segundo tempo, o Brasil retomou a bola em sua defesa. “Então eu comecei a gritar lá de trás”, narra Zito, ex-volante do Santos.
“Avisei para o Mauro: ‘Olha o Amarildo’. Depois fui orientando a jogada inteira, correndo junto com o time, sem tocar na bola, mas sempre falando. Até chegar ao gol”.
O cruzamento de Amarildo, já dentro da área, pela esquerda do ataque, encontrou Zito livre para cabecear a bola nas redes de Schjorf: 2 a 1 para o Brasil.
Ainda haveria tempo para Vavá fazer mais um e fechar o placar em 3 a 1, antes de a Seleção Brasileira dar sua segunda volta olímpica em uma Copa do Mundo.
O time treinado por Aymoré Moreira era muito parecido ao que havia conquistado o primeiro Mundial para o Brasil, em 1958, na Suécia.
Mesma base
Dos 11 titulares da decisão de quatro anos antes, só três não estavam em campo ante a Tchecoslováquia: Bellini, Orlando e Pelé.
Pelé se machucou na segunda partida do Brasil na Copa do Chile, ainda na fase de grupos, no empate sem gol diante da mesma Tchecoslováquia que reencontraria na decisão. Pelé havia estreado com um gol na vitória por 2 a 0 sobre o México.
Classificada às quartas de final, a Seleção Brasileira passaria a contar com o show de Garrincha. “De que planeta veio Garrincha?”, perguntavam jornais chilenos, como se faz com Messi atualmente.
Liberado para jogar
Nas quartas de final, dois gols e participação decisiva em um terceiro: vitória do Brasil por 3 a 1 ante a Inglaterra.
Na semifinal, contra os chilenos, donos da casa, mais dois gols de Garrincha no triunfo por 4 a 2 em Santiago.
Garrincha foi expulso nesta partida, por revidar às seguidas agressões que recebeu de defensores chilenos, mas pôde jogar a decisão, pois não havia suspensão automática, e o julgamento de seu caso nunca chegou a ocorrer.
Pela última vez na história das Copas, uma seleção conseguia defender seu título, feito que só a Itália de 1934 e 1938 havia alcançado.
Redação Futebol Bauru
17/06/2012.