Felipão teria lesado o fisco, suspeita Procuradoria

17/05/2014Mais Esportes

Apontada como ponte de suposta sonegação de € 7 milhões se euros ou R$ 21 milhões e 200 mil reais, envolvendo o técnico Luiz Felipe Scolari, da Seleção Brasileira, a Chaterella Investors Limited, sediada em Londres, na Inglaterra, existe só no papel para movimentar dinheiro.

 

As autoridades portuguesas mencionam a empresa como o principal destino dos direitos de imagem cedidos pelo treinador à Federação Portuguesa de Futebol e a dois bancos portugueses entre 2003 e 2008, quando comandou a seleção de Portugal.

 

A assessoria de Felipão não respondeu aos pedidos de entrevista. Contudo, no início desta semana, havia negado a existência de irregularidades.

 

Sede no Panamá

Folha obteve a íntegra dos registros empresariais no Reino Unido. A Chaterella foi montada em dezembro de 1999 pela Finman International Corporation, com sede no Panamá, na América Central.

 

Desde 2005, três uruguaios aparecem como diretores em Londres, mas com endereço em Montevidéu, no Uruguai.

 

Desde sua criação, a empresa foi estabelecida em três endereços com as mesmas características: sala comercial usada por várias outras empresas apenas como registro formal, sem atividade “in loco”.

 

Ninguém atende

A reportagem visitou o atual endereço: uma sala de 10 metros quadrados, onde há uma placa de outra empresa, a SOA Challenge. A Chaterella é desconhecida no local. No telefone, ninguém atende.

 

No mesmo endereço, há pelo menos mais 20 empresas registradas. Isso é legal no Reino Unido, mas desperta a atenção de outros países.

 

No caso da Chaterella, mais ainda, porque ela tem vínculo com suposta holding que leva o mesmo nome na Bahamas, na América dói Norte, um paraíso fiscal.

 

Lesou o fisco

Procuradores portugueses suspeitam que Felipão lesou o fisco ao usar essa empresa.

 

Segundo a investigação portuguesa, entre 2003 e 2008, a Chaterella assinou contratos garantindo à Federação Portuguesa e a dois bancos portugueses, BPN e CGD, o direito ao uso da imagem de Felipão por € 7,2 milhões de euros.

 

O treinador, dizem os autos, era o beneficiário direto dos recursos repassados à empresa de Londres.

 

Portugal investiga

Tanto Felipão quanto a Chaterella teriam acertado as contas em Miami, nos Estados Unidos, em transações pelo banco Credit Lionnays.

 

A Procuradoria-Geral de Portugal investiga quem foram os depositantes e beneficiados e pediu ajuda às autoridades dos Estados Unidos. Os procuradores suspeitam que Felipão possa ter praticado fraude fiscal e lavagem de dinheiro.

 

Outros € 200 mil euros ou R$ 606 mil reais, não declarados, teriam sido pagos pela Nike à empresa Flamboyant Sports, com sede na Holanda, ainda como direitos de imagem a Luiz Felipe Scolari.

 

A reportagem da Folha tentou desde quinta-feira passada contato com a assessoria do técnico Felipão por e-mail e telefone. Perguntas foram enviadas, mas não houve resposta.

 

Redação Futebol Bauru

www.futebolbauru.com.br

17/05/2014

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