Morre ex-presidente da Federação Paulista

O ex-presidente da FPF - Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah morreu sábado aos 80 anos, no Hospital do Coração, em São Paulo.

 

De acordo com o hospital, a morte ocorreu por falência múltipla de órgãos.

 

O ex-dirigente, que tinha problema renal, estava internado na UTI do HCor desde novembro do ano passado. Em abril,

chegou a ter parada cardíaca, mas foi reanimado.

 

Spray nos jogos

Farah presidiu a FPF de 1988 a 2003. Sua gestão foi marcada por série de inovações polêmicas, como a adoção de dois árbitros por partida, disputa de pênaltis em jogos empatados no tempo normal durante a fase de pontos no Paulistão, e a criação da Liga Rio-São Paulo, em 2002.

 

Também em sua gestão, a FPF implantou o uso do spray para formação da barreira, mais tarde adotado por outras entidades de futebol no mundo todo.

 

Farah deixou o cargo poucos meses após uma briga judicial entre a FPF e a Rede Globo. O ex-dirigente negociou os direitos de transmissão do Paulistão/2003 com o SBT, alegando que a Globo não exerceu o direito de preferência na renovação do contrato do Paulistão.

 

Briga de TVs

A Globo contestou a posição de Farah, dizendo que enviou à Federação proposta nos mesmos termos financeiros propostos pelo SBT.

 

A competição começou sem decisão definitiva da Justiça, em 25 de janeiro de 2003, com uma situação constrangedora para a entidade e as duas emissoras.

 

A partida de abertura, entre Santo André e Santos, foi transmitida por Globo e SBT, apesar de uma liminar garantir o direito exclusivo do SBT.

 

A Globo alegava que não tinha conhecimento da liminar conquistada pela FPF, e apresentou outra decisão judicial, anterior, para entrar no estádio e fazer a transmissão do jogo.

 

“Tirei a Globo”

A briga entre as emissoras gerou fatos curiosos, como a transmissão por TV aberta de partidas do Paulistão às 21 horas, horário em que a Globo costuma exibir sua principal novela na programação. SBT e Globo acabaram transmitindo juntas a maior parte da competição.

 

Em 2004, meses depois de deixar o cargo, Farah disse a empresários durante uma palestra, em São Paulo, que o caso acabou forçando sua saída da Federação.

 

“Tirei a Globo do campo, ela me tirou da Federação", disse o ex-dirigente, à época em a Folha.

 

Na ocasião, a Globo se defendeu dizendo que não foi “tirada de campo”, já que manteve na Justiça o direito de preferência na transmissão do Paulistão/2004.

 

Redação Futebol Bauru

www.futebolbauru.com.br

17/05/2014