Entre silêncio e aplausos Chapecó se despede de seu time-herói
Sob chuva intensa corpos dos mortos em Medellín foram recebidos com honras militares. (Sebastião Moreira/EFE)
Quando o primeiro caminhão passou pelo apertado portão da Arena Condá, em Chapecó (SC), o choro se refez em grito.
Apesar da forte chuva que castigava a cidade, os torcedores, firmes, buscaram forças: “O campeão voltou”.
Os heróis voltaram. Em clima de comoção, familiares, amigos e toda a cidade começaram a se despedir de jogadores da Chapecoense, membros da comissão técnica, dirigentes e jornalistas, vítimas do acidente que deixou 71 mortos na madrugada de terça-feira passada, em Medellín, na Colômbia.
50 caixões
Após duas aeronaves da FAB - Força Aérea Brasileira que transportavam os corpos das vítimas do acidente aéreo aterrizarem foi realizada cerimônia protocolar com membros das Forças Armadas e com o presidente Michel Temer. Depois os 50 caixões seguiram para a Arena Condá em caminhões com as laterais abertas, para que o público pudesse se despedir.
Durante todo o cortejo, mesmo sob chuva, torcedores ocuparam as ruas à espera da passagem dos caminhões.
Na chegada ao estádio, comoção. Torcedores choravam quando os caixões entraram pelos portões. Os campeões haviam voltado. Um a um, levados por membros das Forças Armadas, os caixões seguiram para debaixo das tendas montadas no gramado.
O prefeito de Chapecó, Luciano Buligon vestiu a camisa do Atlético Nacional, da Colômbia, atual campeão da Libertadores e com quem a Chapecoense decidiria o título da Copa Sul-Americana, e agradeceu emocionado todo o apoio recebido pelo povo colombiano após o acidente.
Tu és vencedor
“Nas alegrias e nas horas mais difíceis, meu furacão tu és sempre um vencedor!”, estava escrito em faixa pendurada nas tendas.
Quando familiares do atacante Thiaguinho foram ao gramado, torcedores aplaudiram e gritaram o nome de um de seus heróis. O mesmo se repetia com outros parentes de vítimas.
Após o último caixão, na retirada dos militares que faziam o corredor para a passagem dos militares, a torcida explodiu mais uma vez, em aplausos de agradecimento.
Homenagens
Funcionários da Chapecoense foram a campo com nomes das vítimas escritos na camisa. Cada um soltou um balão branco em homenagem aos mortos.
Placas foram entregues ao embaixador da Colômbia, Alejandro Borda e ao técnico Reinaldo Rueda, do Atlético Nacional, de Medellín.
Em seguida, em momento tocante, honras militares, que terminaram com salva de três tiros, vieram procedidas de enorme silêncio.
O presidente da Fifa, o suíço Gianni Infantino esteve presente, igualmente o técnico Tite, da seleção brasileira.
Parentes e amigos das vítimas, caminharam pelo gramado da Arena Condá erguendo a foto de seus familiares.
O público na arquibancada, de pé, aplaudiu a retirada dos caixões. Todos, na sequência, saíram em silêncio da tocante e emocionante despedida.
#forçachape
Redação Futebol Bauru
03/12/2016
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