Pressionado, técnico põe cargo à disposição

17/10/2014Mais Esportes

Impaciente e contestando perguntas, o técnico Mano Menezes deixou claro que não vai pedir demissão e fica até o final do ano, quando termina seu contrato, se a diretoria do Corinthians permitir.

 

Em entrevista, o técnico revelou que logo após a jogo conversou com presidente do clube, Mario Gobbi, e colocou seu cargo à disposição.

 

Mano está pressionado pela derrota para o Atlético Mineiro e a eliminação na Copa do Brasil. Apesar de viajar a Belo Horizonte e fazer gol, o Corinthians caiu na competição ao perder por 4 a 1.

 

“Comuniquei ao presidente que não vou abandoná-lo. Mas também disse a ele que, embora sejamos amigos, ele poderia ficar à vontade se achasse que deveria tomar uma decisão”, disse o treinador.

 

Mario Gobbi já disse publicamente que não vai demiti-lo. Apesar disso, existe a pressão de conselheiros e integrantes da Diretoria para a troca de comando do futebol. Também há jogadores insatisfeitos com o técnico, como a Folha apurou.

 

Cerca de 30 torcedores fizeram protesto a Mano e à Diretoria na entrada do CT do Parque Ecológico.

 

Em 6º no Campeonato Brasileiro, o time enfrenta o Internacional neste domingo, em Porto Alegre.

 

Interrompendo os repórteres para dizer que as questões eram repetitivas e que as responderia como achasse melhor, se irritou especialmente quando foi lembrado da comemoração dos jogadores do Atlético Mineiro após a classificação.

 

“Acho ridículo”

Eles dançaram com os braços abertos, exatamente como Mano havia feito quando o Corinthians fez o segundo gol diante dos mineiros no Itaquerão.

 

“Acho a insistência no assunto, isso ridículo. Que se dê importância a isso, é ridículo. Vocês vão querer escolher como se comemora um gol? Não podemos mais comemorar? Em momento de alegria, cada um comemora como quiser. A comemoração do Atlético foi mais significativa porque conquistaram a vaga”, contestou.

 

Teve até a tradicional cutucada em Luiz Felipe Scolari, seu sucessor no comando da Seleção Brasileira.

 

“A derrota não forma família. Você só ouve da história da família na hora da vitória. Não teve família neste ano, não é?”, ironizou, citando o apelido de “família Scolari” das equipes dirigidas pelo seu colega gaúcho e a goleada por 7 a 1 sofrida diante da Alemanha, na semifinal da Copa.

 

Sem paciência

Mesmo antes da entrevista, Mano já estava sem paciência. Cruzou o caminho do repórter Marco Bello, da Rádio Transamérica.

 

Ao tentar entrevistar torcedores que estavam no protesto, o jornalista escorregou e caiu no córrego vizinho ao CT.

 

“O que aconteceu com você?”, perguntou o técnico.

 

“Caí no esgoto”, disse o repórter.

 

“Bem-feito. Foi dar espaço para eles, teve o que mereceu”, retrucou Mano.

 

Redação Futebol Bauru

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17/10/2014

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